Diplômée en musique, elle enseigne le violon, l'alto et/ou l'éducation musicale à tous les âges, tous les niveaux et tous les styles musicaux !

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• 1) Há quanto tempo possui uma paixão pela música e pelo seu instrumento musical preferido?

  É difícil ter a percepção do início desta paixão. Primeiramente porque já a deveria ter quando nasci! Algo que me procurou antes de eu a encontrar! Nasci numa aldeia e desde cedo tive contacto com a natureza e isso estimulou muito os meus sentidos e a minha sensibilidade.
  Não tinha um instrumento musical favorito pois nem sabia o que era um instrumento! Nasci numa família pobre e não tinha acesso a escola de música nem a nenhuma banda musical (pois não existia na minha aldeia). Uma curiosidade: mais tarde vim a descobrir que o meu trisavô tinha sido o último maestro duma banda filarmónica que chegou a existir na minha aldeia tendo acabado por se extinguir após a sua morte. Eis que passadas gerações, aos 17 anos, essa paixão transbordou e chamou-me a seguir a minha vocação deixando um futuro na enfermagem e/ ou na terapia da fala! Recuei cinco anos nos meus estudos para começar do zero a estudar profissionalmente música e nunca me arrependi pois sempre soube o que realmente queria: fazer arte e deixar a minha marca na vida dos meus alunos e a minha identidade em tudo o que faço.
  Quando fiz provas de aptidão fui escolhida para tocar viola d'arco pois o professor que me escolheu acreditou em mim e deu-me a oportunidade de seguir o maior sonho da minha vida! Apaixonei-me pelo instrumento e posteriormente explorei o violino que sempre me fascinou mesmo antes de saber o que realmente era...
  Posso dizer que são instrumentos prediletos mas não me posso esquecer do piano, da guitarra...

• 2) Qual música pode pode ouvir no repeat sem se cansar (ou ficar doido) ?

  Sou uma super apaixonada pelas obras de J.S.Bach mas não me canso de ouvir Chopin, Amália Rodrigues, Alter bridge, Andrea Bocelli, Gregoire, Elvis Presley, entre muitos outros! É muito difícil escolher uma música! Mas posso ouvir diariamente todos estes artistas e nunca me canso. São inspiradores, independentemente do seu género musical!

• 3) Conte-nos sobre a aula mais difícil ou desafiante que você já deu !

  Todas as aulas são desafiantes, obviamente umas mais que outras. Temos que caminhar lado a lado e acompanhar cada aluno de forma a atingirmos objetivos e alcançarmos a meta de superação das suas dificuldades e na organização dos caminhos para aprender (com o seu tempo próprio de aprendizagem) a alcançarem o caminho final: fazer arte com o coração, com verdade e sentimento, seja que género musical for. Ambos, professor e aluno, fazem um trajecto de aprendizagem, de superação, de muito trabalho, responsabilidade, criatividade, investigação e partilha.
  
  Há uma aula que merece ser mencionada: no meu primeiro ano como professora no conservatório tive um aluno invisual que tinha apenas aulas coletivas com mais seis alunos. Eram alunos carenciados mas, mais ainda, carentes de atenção e amor. Eis que ao experimentar a viola d'arco e sentir a vibração da caixa de ressonância o aluno invisual chorou de alegria e não parava de pedir para tocar mais! Os seus colegas, após brincarem com a situação acabaram por compreender o que o colega deles sentia quando sugeri fazermos todos o jogo da venda nos olhos. Nesse dia foi um marco para todos nós. Conseguimos sentir o mundo do aluno que não via com os olhos mas que via com o coração!
  Após essa aula ele teve a oportunidade de aprender uma música e conseguiu apresentar-se em orquestra integrando o naipe das violas d'arco. Foi uma vitória para ele, para a turma e para mim enquanto professora.

• 4) Qual, na sua opinião, é o instrumento/técnica vocal mais difícil de tocar/aprender e porquê?

  Penso que todos têm a sua complexidade assim como cada ser humano é único e complexo.
  Para mim foi muito difícil o começo na aprendizagem da formação musical, da viola d'arco e de vencer a timidez na altura de me apresentar em palco. Primeiramente por ter já 17 anos e por colocar muitos obstáculos, por ser mais velha e complicar o óbvio e simples (dificuldade encontrada nos alunos mais velhos). Depois por organizar as ideias e a linguagem musical àquilo que sabia e associava e, por fim, ultrapassar o problema em dar a conhecer o que era apenas meu e da relação que criei com o meu instrumento: a minha música dita com muita verdade e que espelhava o que me ia na alma. Demonstrar isso em notas musicais era uma exposição que me fazia confusão mas quando percebi que conseguia comunicar mais facilmente com notas musicais aí descobri o caminho que ainda hoje abraço: o de contar a minha história, dar o meu cunho pessoal e identidade em tudo o que faço pois é a história mais bonita e verdadeira que um músico pode dar.

• 5) O que considera serem as notas para o sucesso de quem aprende (para além do sol ou fá)?

  A entrega e dedicação, a criatividade, a disciplina, a criatividade e o amor. Temos que dar para receber, ter método de trabalho, consciência das nossas limitações e trabalhar estratégias para superar os obstáculos. O sucesso está ao alcance de todos e cada um é dotado de inúmeras aptidões! Cabe a cada um de nós sentir o que o faz vibrar, a paixão que o move e o significado que quer dar à história e ao legado que deixará neste mundo.

• 6) Pode citar três artistas que você sonha em partilhar um palco juntos ! :D

  Já concretizei muitos sonhos e tive a oportunidade de partilhar palco com grandes artistas nacionais e internacionais mas vou tentar escolher três, por mais difícil que seja! Amália Rodrigues (já não vou a tempo...), Andrea Boccelli (esteve quase mas ainda não perdi a esperança!!) e Alter bridge (nunca se sabe - nada é impossível!!!)

• 7) Partilhe connosco uma história engraçada referente à sua profissão ou experiências académicas (e não necessariamente à festa que fez após ter entrado no Conservatório)!

  Faço sempre com as minhas turmas um inquérito cada vez que sinto que os alunos estão a criar mais laços e a evoluir coletivamente. Então, a cada aluno, atribuo uma figura musical e escrevo como título: Eu quero ser...
  É incrível o tipo de respostas que obtemos durante o ano letivo. Como num espaço de 4/ 5 semanas os alunos vão moldando o que querem e sentem. Então, muitos escreviam... eu quero ser jogador de futebol.... eu quero ser rico.... eu quero ser famoso.... etc e, passado um ano escreviam: eu quero ser violinista.... eu quero ser filho da professora Susana... eu quero ser feliz a tocar para os meus amigos... e, aqueles que muitas vezes deixavam em branco e não sabiam o que queriam ser, escreviam que queriam ser algo, ou seja, já tinham um caminho ou um objetivo de vida. Por isso eu explicava que a música é um dos caminhos que temos para sermos felizes. Há muitos que escolhem a música como o caminho principal, outros que escolhem outros, mas a música traz sempre algo, quanto mais não seja para nos ajudar a clarificar e a chegar a um determinado caminho.

• 8) Qual seu segredo para ser o(a) Superprof preferido(a) pelos seus alunos?

  O mais importante, a meu ver, é acompanhar o aluno sempre. Acreditar, confiar e ajudá-lo a encontrar caminhos para superar as suas dificuldades a fim de atingir as metas pretendidas. É sermos um exemplo a seguir e transmitirmos tudo o que sabemos cativando-os sempre para fazerem arte de forma autêntica, depositando sempre o nosso coração, entrega, verdade e profissionalismo em tudo o que fazemos. É ajudá-lo a nunca desistir apesar das dificuldades que possamos encontrar.